- Tem certeza que você não quer ficar só mais um pouquinho Kate?
- Não Kris eu já perdi a hora, meus pais vão me matar por eu chegar em casa as  4:00 da manhã! Até mais!                                                                                                                       
- Até mais então! – ela saiu por aquela porta da frente enorme da casa do Bred e foi embora.
  Ah! Como eu odeio fim de festa. Porque quando as coisas começam a ficar boas eles começam a vomitar de tão bêbados ou vão embora porque é tarde demais?
  Não que eu ficasse surpresa pela Kate ir embora porque está tarde demais – já me acostumei com sua mania de certinha –, mas, não me conformo de o Chris e o Nick terem ido embora antes até da Kate porque estavam com medinho dos seus pais xingarem. Não é possível que os pais deles não os tiraram do castigo ainda, afinal, aquela bagunçinha que a gente fez foi a se não me engano dois meses atrás, não há porque eles estarem de castigo ainda, e mesmo se estivessem, porque obedecer? Afinal, os pais são só os pais, não tem nada demais, pelo menos os meus já nem tentam mandar mais em mim. Mas se eles foram problema é deles, eu fiquei.
  Bom, é melhor eu sair um pouco, ou essa casa tá abafada demais ou eu que tô bêbada demais, e se eu não abrir essa porta logo e sair eu com certeza vou vomitar.
  Não tinha percebido que eu estava sem blusa até eu abrir a porta e aquele vento frio bater em mim, foi aí que eu olhei pra baixo e percebi que estava com o meu sutiã preto predileto, uma calça jeans de boca larga e descalço, como não estava muito frio não tinha porque eu entrar naquela casa supostamente “abafada” procurar minha blusa e vestir ela.
  Saí da soleira da porta e lembrei que a casa do Brad ficava no meio do mato – sempre adorei o verde mesmo, então ali era um ótimo lugar –, fui para uma árvore grande que tinha bem do lado da casa a fim de ficar sozinha; cheguei perto da árvore, desabei no chão e encostei minha cabeça na árvore, aquele ar fresco fez minha vontade de vomitar passar. ”Kriiisss cadê você?”, ah! Mas que saco o quê que o Erik quer? Foi aí que aparece aquela silhueta – musculosa! – e sentou do meu lado, aparentemente bastante bêbada porque veio cambaleando bastante, acho que ele deve ter bebido mais e pulado menos, e eu devo ter pulado menos e bebido mais, só pode porque ele tava muito bêbado.
- Nossa Kris eu te amo tanto, porque você foge tanto de mim? Na mesma hora que parece que gosta de mim o bastante pra namorar, você vai e mostra que não vai namorar comigo de algum jeito.. – nunca vi uma pessoa falar tanta merda numa frase só!
- Eu não to fugindo de você Rik, eu só não quero namorar você. Pelo menos por enquanto.
- Porque pelo menos por enquanto? Você é que tá querendo dar uma desculpa só pra não falar que não gosta de mim não é? Eu não agüento mais esperar... Você, você, sei lá o quê! – é ele realmente tava bêbado.
- Eu não quero namorar você por enquanto porque você sabe o quanto você me lembra o Felipe, e realmente seria bem doloroso namorar você lembrando toda hora dele, eu amo você, só estou pedindo pra esperar eu esquecer ele.
- Como eu vou saber se eu não to tendo esperança atoa?
- Há... Porque você é lindo, charmoso, fofo, romântico, sexy e eu nunca iria deixar um cara tão gostoso como você fugir de mim. Você realmente acha que está tendo esperanças atoa?
- Uhu! Não!
- Então fim de papo.
- Posso deitar no seu colo? Tô morrendo de sono.
- Tudo bem, mas daqui a pouco eu vou... Sei lá! Sair daqui.
- Aham... – Aí ele caiu no sono.
  Cara, só de sonhar que eu tô bêbada encostada numa árvore com gatinho dormindo no meu colo – e esse gatinho tá doido pra ficar comigo –, eu fico louca.
  Ao pensar que há dois anos eu era uma santa!
  Naquele tempo eu nunca sonharia em estar aqui hoje... Lembro-me bem de como tudo começou, a primeira vez em que eu provei o doce gostinho da vida, e adorei ele.
 
  Há que saco meu pai abriu a cortina de novo! Eu já falei pra ele que eu detesto esse sol na minha cara de manhã... Há não... Devo ter pegado no sono naquela árvore, mas, não me lembro de ter deitado e nem que a terra era tão macia, perae, foi aí que abri os olhos e vi... Que eu estava numa cama, não me lembro de ter vindo para cá, quem me colocou aqui?
- Ei acordou! Finalmente! Já tava vindo te acordar pra você ir com a gente lá pro MC Donald’s. – era o Erik como sempre atencioso, aposto que fio ele que me colocou nessa cama.
- Você que me colocou aqui?
- É. Hoje de manhã eu acordei deitado no seu colo numa árvore ali fora, e você tava parecendo uma pessoa desmaiada aí eu te trouxe aqui pra dentro.
- Obrigada.                                          
- Aham! Olha aí os pombinhos; Kristen precisa ver que bonitinho ele te trazendo no colo hoje de manhã, ele é tão fofinho! – era o Bred na porta quase gritando de tão alto que estava falando e com aquele tom de sarcasmo na voz.
   O Erik pegou o travesseiro e o jogou na cara dele. Rá, Rá! Queria ter feito isso antes do Rik fazer.
- Saí daqui cara. – disse o Erik com uma risada triunfante. 
- Tá bom eu vou deixar os pombinhos fazerem... O que tiverem de fazer, mas não se esqueçam que daqui uma hora mais ou menos nos vamos ir lá pro MC – o Bred saiu e já ia fechando a porta, mas apareceu à cara na porta – Há! Quer uma camisinha Rik?
    O Erik pegou o outro travesseiro e jogou nele.
- Vaza Bred! – disse o Rik rindo – como eu adorava aquela risada dele.
- É eu realmente acho que os cientistas não vão conseguir achar uma cura pra idiotice dele – eu disse.
- Eu ainda tinha esperanças de que um dia isso pudesse acontecer – risos –, mas eu acho que é mais fácil eles fazerem um robô que faz tudo que você imaginar do que eles conseguirem tirar a idiotice da cabeça do Bred – disse o Erik.
- Quem vai no MC Donald’s?  
- Ham... Eu, você o Bred o Chris a Rose e um tal de Chad. 
- Quem é esse Chad?
- É um primo do Chris que chegou da Itália hoje de manhã e vai morar aqui na Califórnia. 
- Ele é da Itália mesmo ou ele só mora lá?
- Ele é da Itália mesmo
- E porque diabos ele largou a Itália pra vir morar na Califórnia?
- Pelo que disseram o pai dele mora aqui e mãe na Itália, e a pouco tempo a mãe dele morreu e ele veio pra morar com o pai, como o pai dele mora no bairro ao lado o Chris chamou ele pra ir com a gente – ele fez uma breve pausa se levantou da cama tirou a blusa dele e me deu –, sabe como é.. Pra ele conhecer melhor o bairro!
    Eu vesti aquela blusa bege-claro de manga larga que tinha o delicioso cheiro do Rik – fico me perguntando... Porque que eu não fico logo com ele?! Ai eu me lembro do Felipe (meu ex-namorado que morreu em uma acidente de carro e que eu amava muito, e que é incrivelmente parecido com o Erik) e descubro o porque.
- E quantos anos ele tem?
- Tá querendo ficar com ele é? – ele disse com um olhar triste, mas que ao mesmo tempo falava “hello ainda estou esperando você dizer que me quer!”.
- Não eu não tô querendo ficar com ele, só estou curiosa. – porque ele achou que eu queria ficar com ele? Sendo que eu nem conheço o tal? Eu só estava curiosa mesmo.
- Se eu não me engano são 17 anos.
- Ham... E quantas horas são?
- São... – ele olhou o relógio que estava em seu pulso – 17h45min
- Nossa tá tarde em!
- Então vamos!
  Chegando no Mc donald’s encontramos a Rose sentada em uma mesa sozinha, ela nos viu e começou a acenar para nós irmos até ela.
- E aí Rose beleza? Tá de ressaca? Ou tá bem? – disse o Bred.  
- Nossa você não imagina como minha cabeça tá doendo... – ela disse colocando a mão na cabeça e fazendo a cara de uma pessoa muito exausta – espero que um sanduíche e uma coca me ajudem... Ah! Oi Kristen – Disse ela olhando pra mim. 
- Ei Rose...
  Ela me deu um leve sorriso e logo olhou para o Erik.
- Oi Rik... – ela disse com aquela voz de quem está tentando ser sexy, mas não consegue.  
- Oi Rose – disse o Erik sem nem prestar muita atenção nela.
  Ai a – vagabunda – Rose se levantou e deu um beijo na sua bochecha.   
  Ela sempre foi apaixonada por ele e nunca se conformou dele ser apaixonado por mim, o que me deixava muito feliz, porque ela fazia o possível e o impossível pra tentar me fazer mal sempre que podia. Mas tudo bem, essa disputa eu já tinha ganhado, só ela que não tinha percebido ainda.
  Todos se sentaram. E foi aí que eu lembrei que precisa ligar para o meu pai – ele não me obrigava a fazer nada, me deixava chegar na hora que quisesse em casa e ir em qualquer lugar que quisesse, na casa dele não tinha regras, o que eu achava o máximo, mas, ele sempre me implorava pra que todo vez que saísse eu ligasse pra ele quando eu pudesse, só pra ele saber que eu tava viva, e que eu fosse na escola, porque caso contrário ele iria perder minha guarda e teria que voltar pro Texas e viver com minha mãe e o merda do meu padrasto, e isso eu com certeza não quero.
- Rik eu vou ir ali fora... – eu disse pró Erik – vou dar uma ligada pro meu pai pra avisar onde eu estou.  
- Tudo bem – disse ele.
  Já estava me levando pra ir pra fora de lá quando a vagabunda falou.
- Tem que avisar pro papaizinho onde tá pra não fica de castigo é? – disse a vagabunda da Rose, com um tom extremamente sarcástico na voz (o que deixava a ela com a voz mais de puta do que o normal) Aff! .
O Bred olhou e levantou as sobrancelhas e o Erik me olhou com aquela cara de “não mate ela”. Os dois já sabiam que nós não nos dávamos bem. Ela realmente deveria pensar antes de falar. Eu me virei pra ela...
- Olha só eu não tô com humor pra suas gracinhas hoje não tá! Não fui eu quem saiu da festa cedo ontem dizendo que meus pais iriam me xingar se eu chegasse tarde tá legal! Então vê se larga do meu pé garota! – eu disse já alterando o tom de voz, ela me tira do sério! Se o Chris não gostasse tanto dela eu estrangularia ela.
  Saí de lá bufando, aquela safada era muito atrevida, mas tudo bem, como já disse “essa eu já ganhei”.
  Quando cheguei ao estacionamento não estava muito cheio, me sentei na calçado e peguei meu celular no bolso da calça e disquei o número de casa.
- Alô? – disse meu pai ao telefone.
- Oi pai sou eu. 
- Ah! Oi Kristen, estava esperando você me ligar, e aí como foi a festa? 
- Ham... Boa como sempre.
- Que bo... – ele interrompeu – só um minutinho Kris – disse ele rapidamente e aparentemente tampou o telefone com a mão para eu não escutar, mas, escutei alguém falava distante algo para o meu pai e ele respondeu “ham... isso é... da minha filha”, a voz que estava distante ficou mais alta, “como assim filha?”, era a voz de uma mulher, “eu me esqueci de te falar isso”, disse meu pai, “você é um canalha mesmo, como não me diz isso?”, “me desculpe, pensei que isso não importasse muito”, “mas importa, e muito!”, a voz ficou distante novamente, “até nunca mais seu idiota”, disse a voz e logo depois algo bateu – provavelmente a porta – e meu pai voltou ao telefone.
- Ham... Kris desculpa a demora onde estávamos mesmo?
- Pai! Você levou outra mulher pra casa?   
- Você escutou?
- Claro do jeito que ela estava quase gritando!
- Ham... Foi uma recaída.
  Meu pai era praticamente um mulhercolatra – ela pegava a primeira que aparecesse na sua frente –, e eu estava tentando tirar esse vício dele, pra eu conseguir dormir direito à noite.
- Você me prometeu que não levaria mais nenhuma mulher aí pra casa!
- Eu não vou fazer isso de novo, juro!
- Que bom, tomara que cumpra dessa vez!
- Vou cumprir.
- Bom.. Eu só te liguei pra avisar que eu estou bem.
- OK. Você vai voltar pra casa hoje?
- Ham... Não sei se pintar mais alguma coisa hoje. Se eu não for pra casa hoje eu te ligo avisando.
- Certo. Comportes-se em!
- Igualmente.
- Tchau filha. 
- Tchau. – desliguei o telefone.
  Meu pai já estava em seus quarenta e poucos anos, mas sempre parecia estar em seus vinte poucos anos, tanto na aparência, quanto no modo de agir, por ser musculoso ter os olhos acinzentados e um cabelo um pouco grande e preto – ele pinta com tanta freqüência os cabelos que já estão quase negros de tão pretos –, ele conquista todas as mulheres com seu charme inigualável.
Acho até legal isso do meu pai pegar todas, mas, levar toda noite uma mulher diferente pra cama do seu quarto que é do lado do meu, não estava dando certo, então, o fiz prometer que não levaria mais suas conquistas – que eram muitas – lá pra casa.Mas ele sempre tinha suas recaídas.
  Estava me levantando para voltar para a mesa quando avistei o Chris com um garoto – lindo de morrer – de altura mediana com o cabelo loiro escuro, e os azuis claros e um rosto extremamente deslumbrante, deveria ser ele o tal do Chad.
  Então, o Chris me viu.
- Ah Kris! O que você está fazendo aí?
- Tava ligando para o meu pai. 
  O garoto ao lado do Chris parecia ser tímido e me olhava dos pés a cabeça.
- Ham. Esse aqui é o Chad meu primo.
- A claro o italiano não é?
- Isso, pelo que vejo já disseram dele pra você.
- Já sim.
  Virei-me para o tal Chad e lhe estendi a mão.
- Bom.. Prazer Chad eu sou a Kristen.
- O prazer é todo meu Kristen – disse o Chad, sua voz era grossa, mas muita bonita, e tinha muito sotaque italiano.
- Se animando com a Califórnia?
- Bem, cheguei há pouco tempo, mas pelo que vejo é uma cidade muito bonita – ele deu fez uma careta.
  Não dissemos mais nada.
 - Bom, vamos entrar então – disse o Chris quebrando o gelo. 
  Fiquei meio desorientada, ele era... Muito bonito.
 - Claro, vamos! – eu disse.
   Quando entramos percebi que Rose ficou chocada com o Chad e logo se levantou eufórica para cumprimentá-lo.
 - Olá Chad bem-vindo a Califórnia! Tenho certeza que você vai gostar daqui, aliás, eu sou Rose, prazer! – por um momento a confundi com uma aeromoça – muito eufórica.
  Pelo que pareceu Chad há achou um pouco estranha – não é pra menos, com sua total euforia quem não acharia o mesmo –, o Chad me olhou de lado e deu uma pequena risada que só eu e ele percebemos. No momento em que ele fez isso percebi que seriamos grandes amigos, ou quem sabe aconteceria à proeza de sermos bem mais que isso, afinal, eu com certeza não sou de se jogar fora – tenho olhos cinza, cabelo preto e com uma franja grande de lado que tampa metade do meu olho esquerdo e meu cabelo é de um liso um pouco ondulado, sou magra, mas não como aquelas modelos que são só pele e osso, sou muito branca e tenho uma pele de bebê –, quem sabe seriamos mais que amigos; Quem sabe...
 - Prazer Rose – disse o Chad.
  Quando Erik se levantou percebi que ele estava com olhos fixos em mim, e eu estava como uma estátua com os olhos fixos em Chad. Erik me deu uma olhada de quem estava com um pouco de ciúmes e muito medo de me perder, ele se virou para o Chad e lhe estendeu a mão.
- Prazer Chad sou Erik.
- Prazer Erik.
  Bred se levantou e fez o mesmo.
- E aí Chad sou Bred.
- Prazer Bred.
  Então todos se sentaram e começaram os pedidos, e as perguntas para Chad.
 
  
 

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