Quando acabamos com os nossos hambúrgueres já sabia muita coisa sobre Chad, ele contara toda sua história para nós – e por toda a história ele me encarava, e eu o encarava, e os outros percebiam, ele era a pessoa mais educada, linda e sedutora que já havia conhecido, ele me olhava com um olhar tão... Tão... Perfeito, que me dava vontade de pular para o outro lado da mesa e beijar ele, ele era perfeito –, pelo que nós disse sua história era cheia de altos e baixos; Sua mãe Catherine e seu pai Gerald tiveram ele muito cedo quando o seu pai tinha apenas dezoito anos e sua mãe dezessete, os dois não se casaram pois sua mãe ainda era de menor, então, sua avó Hanna fizera um acordo com seu pai, que sua filha Catherine continuaria morando com ela e ele trabalharia e sustentaria ela e o filho que ela estava esperando, o seu pai aceitou de bom grado e começou a trabalhar em uma borracharia, o tempo passou e seu pai teve de deixar a escola no último ano pois não conseguia mais trabalhar e estudar, ou um ou outro, mais um tempo se passou e ele nasceu, seu pai como o combinado sustentou sua mãe e ele, quando tinha dois anos, tudo estava bem, seu pai o visitava todo final de semana e sua mãe e ele queriam muito se casar e tinham condições para isso, só que sua avó Hanna não os deixava se quer se tocarem quanto menos se casarem, ela alegava que sua neta sendo uma menina da classe média alta nunca casaria com um borracheiro, então um dia sua avó resolveu que os dois estavam se apegando demais e obrigou sua neta e seu bisneto a ir com ela para a Itália, Gerald não aceitou que ela o tirasse a família e tentou entrar na justiça para conseguir que seu filho e seu amor ficassem junto a ele alegando que podia sustentá-los, e Hanna alegou que não só poderia sustentar os dois mas também poderia dar um futuro a eles, claro, Hanna ganhou, e levou Chad e sua mãe para uma cidade pequena chamada Volterra na Itália, e lá ele morou, cinco anos depois sua avó Hanna faleceu, seu pai não tinha condições de ir visitá-lo na Itália mas sempre o mandava cartas e o ligava o contava sobre sua vida e ele sua mãe respondiam, os dois viviam bem lá e assim que Chad completasse os estudos ele e sua mãe viriam para os Estados Unidos viver com seu pai, mas, sua mãe descobriu que tinha câncer e já era tarde demais para tratar, e então a nove meses atrás sua mãe morreu e começou um processo de justiça para saber com quem ficaria e onde se localizava seus parentes, até o processo acabar ele ficou com uma assistente social muito chata em Volterra, de quem ele sempre fugia e ficava andando sozinho pelas ruas a noite, até que o processo acabou e foi decidido que ele viria morar com o pai aqui em Sacramento na Califórnia, e ele moraria aqui, e até ele ser maior de idade todos os bens da sua mãe – que eram enormes – ficariam aos cuidados de seu pai, só que seu pai estava pouco importando para o dinheiro, ele iria guardá-lo para que Chad fosse para uma faculdade decente, fico me perguntando, se avó de Chad, Hanna, não está se revirando no túmulo agora .
   Fiquei com muita pena dele depois que ele nós contou essa história da sua vida, Rose começou a chorar no meio da história – um choro que qualquer um saberia que era falso – só para aparecer, chamar atenção, mas, nem isso fez Chad tirar os olhos de mim.   
   Quando saímos do Mc Donald’s já estava quase anoitecendo.
   Enquanto andávamos pelo estacionamento indo para a picape do Bred, Erik se virou para o Chad e disse:
- Bom, temos que arrumar um apelido pra você, Chad é muito grande para ficar falando toda hora.
  Chad parou de mim encarar por um minuto e se virou curioso para Erik.
- Mas o nome Chad é muito pequeno, não tem como deixá-lo menor ainda, tem?
- Qual seu nome todo? – disse eu.
  Fiquei impressionada com minha voz estava um tanto quanto rouca, não tinha falado uma só palavra desde que o cumprimentei de manhã.
  Ele se virou pra mim com a boca retorcida em um sorriso charmoso.
- Chad Kaled Moyers. Por quê? 
- Bom, se não tem como diminuir o nome Chad deve Ter como diminuir outro nome do seu nome, hum... Kaled... Kaled... Já sei! Que tal Kal? 
- Bem diferente de Chad, mas gostei – disse Chad, quer dizer, Kal, com uma risada.
  Chris mais uma vez quebrando o gelo disse:
- Então tá decidido, Kal.
  Kal não deu muita atenção para o que Chris falou, mais uma vez estava me fitando.
- Você ficou calada a tarde toda então é melhor eu aproveitar a chance para conhecer melhor você, já conheci todos aqui, mas não conheci muito bem você Kristen, bom já que você me perguntou o mais justo seria se você também me dissesse qual o seu nome todo?
  Retorci minha boca em um sorriso e disse:
- Kristen Hynes.
- Nome pequeno – disse Kal.
  Rik percebeu o clima entre a gente – acho que todos perceberam – e entrou no meio, como se fosse meu pai disse:
- Bom Kris acho melhor irmos, a gente passa na casa do Bred eu pego meu carro e te levo em casa.
  Kal olhou para ele.
- Pode deixar, minha moto está ali, eu a levo.
- Pode deixar cara, você deve estar cansado e querendo chegar em casa rápido para ver seu pai – disse o Rik.
- Olha pra mim não é nada demais cara, meu pai está viajando e só chega amanhã, e eu já passei em casa e deixei minhas coisas lá, pra mim é até melhor, aí eu não preciso ir direto pra casa e ficar sozinho lá assistindo TV.
  O Rik não pode contra essa, e jogou sujo.
- Bom com quem você quer ir Kris? – disse ele.
  O Rik me jogou contra a parede e com força, se eu não fosse com ele iria o deixar chateado, e se não fosse com Kal pelo resto da minha vida ficaria imaginando “o que teria acontecido?”, então como o Rik, joguei sujo.
- Rik acho que você deveria levar a Rose, primeiro, porque ela mora bem perto de você, segundo, porque se você não a levar ela terá de ir a pé e terceiro, vai ser bom pro Kal me levar em casa, ele vai poder conhecer a parte mais... Verde da cidade!
   Rá! Peguei-o agora, a Rose por mais que achasse o Kal bonito – fato já considerado normal –, ela ainda amava o Rik, isso nunca mudaria aposto o que for que ela estava morrendo de felicidade porque eu falei isso com ele.
   Rose viu a cara de decepção do Rik e disse:
- Olha se você não quiser me levar pra mim não é problema algum ir a pé, não mesmo.
- Não tudo bem eu te levo – ele olhou pra mim e depois para os outros – vamos Bred, tchau pessoal – e saiu de perto de nós como se algum tivesse acabado de falar com ele que ele só tinha alguns dias de vida.
   Bred olhou para nós e disse:
- Falou então gente!
  Chris, Kal e eu demos tchau a ele e Rose.
  Depois que os três entraram no carro Chris se virou para mim e Kal.
- Bom, já que você arrumou uma companhia para ir vou indo pra casa então – ele tirou uma chave do bolso – aqui a chave que o seu pai deixou para você entrar na sua casa – ele pegou a chave e entregou a Kal que a colocou no bolso da calça – você lembra o caminho para chegar até a sua casa né?
- Sei sim – Kal estava sorrindo como uma criança quando o pai fala que vai levá-la ao parque.
- Então até mais Kal! E tchau Kris! 
   Chris se virou para seu carro e se foi.
   Agora era só eu e o novato Kal.
 

0 comentários:
Postar um comentário